O SHOW
Cris sentia seus dedos ficarem dormentes, a água gelada descia por uma abertura um pouco acima de sua cabeça.Ela estava encharcada, com frio e com medo. Seus pulsos e tornozelos estavam presos a correntes fixas nas paredes de pedra do poço.Uma mordaça fora colocada em sua boca,Cris só podia ver a água subir e subir.
Um eclipse estava começando e (pelos cálculos dela) quando ele estivesse em seu auge, ela estaria morta.
Um grupo de pessoas encapuzadas se reunira ao redor do poço para vê-la morrer.Eles haviam pago por aquela sádica diversão,o show estava prestes a começar.
Um senhor de meia-idade tocou um sino dizendo aos outros encapuzados:
- Cavalheiros, damas, senhoras, senhores e senhoritas.Bem-vindos a mais um espetáculo da vida real, creio que a atração de semana passada lhes tenha agradado, pois vejo muitas caras novas entre nós hoje.
Um dos convidados comentou com outro:
- Semana passada, amarraram os membros de uma "cobaia" a gatilhos de armas carregadas...
- Como terminou ? - Perguntou o outro.
- Uma mosca pousou no olho dele e ele bateu nela...
- Quanto custou?
- Quase nada, tava por volta dos 50 mil...
O eclipse estava quase na metade, a água chegava à cintura de Cris.O homem de meia idade sussurrou no ouvido de uma loira sensual que se levantou dizendo:
- Hora de soltar a mordaça!Façam suas apostas, hora de soltar a mordaça!
Cada convidado entregou uma soma em dinheiro à loira, que apertou um botão, soltando a mordaça de Cris.
- Seus sádicos, me tirem daqui!Socorro!
Alguns convidados sorriram, ouvindo os gritos de Cris. Meia hora depois a loira levantou-se de novo, dizendo:
- Hora de soltar as algemas! Façam suas apostas,quanto tempo as unhas dela agüentam?
As algemas de Cris foram soltas, ela tentou escalar desesperada, tinha chegado ao meio do poço quando suas unhas descolam da carne, fazendo-a cair. O eclipse estava quase no auge. Sangrando, com muita dor, Cris tenta subir mais uma vez, os vê lacrando o poço, grita e se apressa.
A lua é totalmente coberta,Cris coloca uma mão na borda do poço, eles o lacram mesmo assim, decepando a mão de Cris.A loira volta a falar:
- Fim do show, voltem sempre.Semana que vem, outra inusitada atração, seus nomes estão preservados conosco.Voltem sempre.
Alguns empregados recolhem a mão decepada ,limpam o sangue e cobrem o poço lacrado com cimento.No dia seguinte, uma nova construção começa no local...Um shopping que promete ser uma sensação...
O VISITANTE
Yara estava realmente apertada para ir ao banheiro. Estacionou seu carro na garagem, abriu a porta e saiu praguejando contra a vontade insuportável de urinar, nem se importando em fechar a porta ou desligar o rádio que guinchava aos acordes alucinados da guitarra de Jimi Hendrix.
Ela e o marido estavam passando alguns dias em sua casa no lago, que fica em uma região praticamente desabitada no interior do estado. Nessa época do ano não havia movimento nenhum por perto, e ficaria assim por alguns meses, até que chegasse a época das férias escolares, e era exatamente isso o que eles estavam procurando quando decidiram passar uns dias na casa do lago. Eles queriam uma espécie de segunda lua-de-mel.
Ela acabara de voltar do supermercado e achava que se demorasse mais um segundo para ir ao banheiro não agüentaria e acabaria urinando nas calças. A porta da sua casa parecia estar a anos luz de distância e ela correu desajeitada, apertando as pernas.
Se não estivesse tão desesperada para ir ao banheiro, talvez tivesse notado o detalhe um pouco inquietante: a porta da entrada não estava trancada. Ao invés de reparar nisso, ela quase derrubou a porta ao entrar, atravessou o hall de entrada em direção ao banheiro do andar de baixo, que ficava depois da cozinha, nos fundos da casa.
Parou de repente porquê escutou um som estranho vindo da cozinha. Estava parada no corredor, entre a sala de estar e a própria cozinha, a respiração ofegante, a vontade de urinar cada vez mais insuportável. Sua calcinha já estava úmida de gotas de urina que escaparam do seu controle, mas o medo a manteve paralisada e atenta ao som que ouvia.
Era baixo e aterrorizante, mas era um som que ela conhecia muito bem.
Era o som de faca cortando carne. Ou melhor de faca "destrinchando" carne. Conhecia esse som muito bem desde os seus 18 anos, porque seu marido Tony era o açougueiro do bairro onde moravam.
Mas não podia ser ele na cozinha. Há poucas horas ele tinha saído para pescar no lago, e quando ele saia para pescar, levando sua embalagem com seis cervejas dentro de um isopor, ele só voltava ao anoitecer para o jantar.
Avançou mais um pouco, o mais silenciosamente que conseguiu, apertando as pernas para conter sua vontade de ir ao banheiro, e tentou ver do lugar onde se encontrava se conseguia avistar quem estava na cozinha. Encostada no batente da porta, ela se encolheu e conseguiu ver sem ser vista: era um homem, completamente estranho. Ele estava de costas para a porta da cozinha, debruçado sobre a mesa, na frente do que a princípio parecia ser um boi inteiro nadando em sangue. As paredes, janelas e todos os eletrodomésticos e demais utensílio da cozinha estavam encharcados de sangue.
O homem se inclinou e enxugou a testa com a manga do paletó, um gesto peculiar de quem esta suando e cansado do trabalho duro.
O medo que até então estava só esperando um empurrãozinho para começar a dar sinal de vida se manifestou, porque agora que ele se inclinou ela pôde ver que, afinal de contas aquilo na mesa sendo retalhado não era um boi. Não, não era boi coisa nenhuma e sim uma pessoa, e estava usando botas de cowboy, muito parecidas com o par que seu marido tinha, aquele que ela lhe deu de presente no Natal passado e que ele sempre usava quando ia pescar no lago.
Sentiu um líquido quente escorrer pelas pernas e um alívio repentino na bexiga, e notou sem muito interesse que finalmente urinara nas calças.
Mas isso não era o mais importante agora. O importante mesmo era que esse camarada que estava ali na sua cozinha, usando a faca Gynsu de seu marido cortar carne, fazendo seja lá o que for com uma pessoa, e por favor meu Deus, que essa pessoa não seja o Tony, não notasse que ela estava ali, pelo menos até que ela chegasse ao seu carro na garagem e...
Mas no momento em que ela pensou em se virar cautelosamente e sair, como se o homem tivesse conseguido ler seus pensamentos, uma voz terrível, rouca e cadavérica, como se saída da boca de um defunto, falou calmamente, sem que o homem sequer se virasse ou interrompesse o que estava fazendo:
- Sei que você está aí. Ouvi o barulho do carro chegando e além disso você esqueceu de desligar o rádio. Está ouvindo? Gosto dessa música.
Lá fora, o rádio de seu carro continuava tocando música muito alta, só que as guitarras de Jimmy Handrix agora foram substituídas pelo som dos The Doors tocando People are Strange.
Ele começou a cantarolar a música e se virar bem devagar...
Yara gritou quando viu seu rosto. Qualquer um gritaria.
Ele era totalmente deformado, o rosto parecia mais uma máscara do dia das Bruxas, com dentes podres e lábios arreganhados em um sorriso hediondo.
Mas o que a fez gritar não foi a sua deformidade, mas sim o que viu em seus olhos: loucura e maldade. Seus olhos eram cruéis, e irradiavam um ódio contido por tudo que fosse vivo. Sua boca estava suja de sangue e ela notou com crescente horror que ele havia lambido o sangue que escorria do corpo.
Ele veio em sua direção e ela ainda tentou correr, mas ele agarrou-a pelos cabelos e puxou-a pra si, dando uma gargalhada terrível.
Ela tentou fugir golpeando e chutando a esmo, mas ele era muito forte, parecia que tinha uma força sobrenatural. Tentou gritar, mas quando abriu a boca levou uma pancada na cabeça e desmaiou.
E mesmo que ela tivesse conseguido gritar, quem a ouviria?
**************
Quando acordou, horas depois, estava amarrada na cadeira de sua mesa de jantar, totalmente imobilizada e amordaçada. Sua cabeça não podia se movimentar para nenhum lado, apenas seus olhos se mexiam e olhavam ao redor, apavorados.
E, coisa estranha, seus cabelos estavam molhados e ela sentia um desconforto na parte superior da cabeça, bem no centro.
Tentou soltar as mãos. Impossível.
Estava em uma posição bastante desconfortável e sem nenhuma chance de se mexer ou se soltar.
Pelo pouco que podia ver, parecia que estava sozinha. Mas depois notou que não, não estava sozinha. Sim, finalmente pode ter certeza de que era seu marido quem estava na mesa. E agora o que ela via na sua frente era o que restou dele, arrumado cuidadosamente em sua poltrona preferida.
O homem, ou seja lá o que era aquilo, retalhou seu marido inteiro, e depois tentou colocar tudo no lugar novamente, só que de uma maneira bem grotesca. A barriga estava toda aberta, expondo os órgãos internos, mas ela pode notar que faltava boa parte deles. Os braços e parte das pernas foram arrancados e pregados na parede. As orelhas e os olhos também foram arrancados e jaziam espalhados pelo chão.
Ele colocou uma peruca loura na cabeça do cadáver, e vestiu uma saia que ela não reconheceu como sua. Passou batom nos lábios, imitando um sorriso de palhaço e nas suas mãos tinha um cartaz escrito: "Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura, o pior pecado é a Luxúria".
O desconforto na sua cabeça foi aos poucos ficando mais intenso. Depois de muito tempo ela percebeu que eram gotas que caiam na sua cabeça. Talvez algum cano tivesse estourado bem em cima dela. Depois ela notou que na parte da cabeça em que caiam os pingos não havia cabelos. Isso era certeza, porque ela podia sentir as gotas caindo diretamente sobre seu couro cabeludo e incomodando muito.
Horas se passaram. Agora as gotas que caiam a todo o momento na sua cabeça pareciam ser feitas de chumbo.
Tentando freneticamente se livrar das cordas, ela cortou os pulsos e se machucou inutilmente, sem conseguir se mover sequer um milímetro.
A dor na cabeça estava ficando insuportável. Como ela não podia mexer a cabeça, as gotas caiam continuamente e num ritmo bem calmo, sempre e sempre no mesmo lugar...
Ping, ping, ping...
" Casal encontrado assassinado em casa.
O açougueiro Antônio Marcos Ravel e sua esposa Yara Felix Ravel foram encontrados mortos depois de setenta e quatro dias, na sala de estar de sua casa de veraneio.
Os corpos foram descobertos pelo vizinho, que veio passar as férias com a família e notando o cheiro que saía da casa, resolveu chamar a polícia.
O Sr. Ravel foi encontrado na sala de estar, todo mutilado e retalhado, usando uma peruca e uma saia, maquiado de forma grotesca. Em seu corpo não restava uma gota de sangue.
Sua esposa estava amarrada na cadeira da mesa de jantar, imobilizada, o assassino perfurou um cano bem acima da cabeça da vítima, fazendo com que gotas de água que caiam continuamente no mesmo local em sua cabeça, perfurassem seu crânio, levando a mesma a morte após vários dias de sofrimento e agonia.
Ambos os corpos estavam em avançado estado de decomposição.
O casal não tinha inimigos e eram pessoas honestas e trabalhadoras.
Nada foi roubado e a polícia não tem pistas do assassino e nem do motivo de um crime tão
brutal."
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MUITO CRIATIVO PARABENS TARIAS HISTORIAS DE TERROR Q EU ATE MESMO TENHO MEDO DELAS mas essa sao muito assustadoras parabens
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